Search
Close this search box.

3 diferenças entre jornalismo investigativo e jornalismo diário

Junte-se aos mais de 12.342 comunicadores

Inscreva-se em nossa newletter e receba conteúdos exclusivos de comunicação

Picture of Vitória Camargo

Vitória Camargo

Ao ler este título você deve estar pensando: mas todo jornalismo não deveria ser investigativo? Bom… até certo ponto sim. Vamos definir de fato o que é jornalismo investigativo e o que é jornalismo diário.

O jornalismo responsável apresenta a necessidade de uma apuração para dar informações confiáveis e sólidas. Não pode-se publicar nada sem que tudo esteja definitivamente checado e apurado. Essa é a base definitiva do jornalismo no geral, mas então, o que diferencia o jornalismo investigativo do jornalismo diário? Vamos descobrir juntos 3 diferenças entre as práticas. 

1-Profundidade da apuração: 

Mesmo que a apuração deva ser bem feita nos dois tipos de matérias, o jornalismo diário requer mais agilidade e rapidez. Como as notícias factuais devem sair no dia que aconteceram, ou no máximo no dia seguinte, o tempo para apuração é curto. Com menos tempo para apurar, talvez detalhes que só seriam descobertos com muita investigação acabam ficando de lado. 

O jornalismo investigativo, por outro lado, requer uma apuração profunda e muita pesquisa. Ele apura acontecimentos de muitos anos atrás e também do presente. Muitas fontes são necessárias para a construção  de uma matéria investigativa

2-Tempo de produção:

Os requisitos acima nos trazem a estes aqui. Enquanto você tem um ou dois dias para produzir a matéria no jornalismo diário, no jornalismo investigativo você pode ter até mesmo anos! 

Vamos trazer exemplos reais, para deixar nossa discussão palpável. O filme Spotlight (vencedor do Oscar de melhor filme), mostra bem como o trabalho deve ser feito. Na história, que é baseada em fatos reais, um grupo de jornalistas investigativos buscam provas de que padres estariam abusando sexualmente de crianças há anos na cidade de Boston. Depois de muitos anos de desafios e investigação eles descobrem que o problema era muito maior do que o que chegou para eles inicialmente. A matéria ganha um Pulitzer e outras vítimas se revelam. 

No Brasil temos grandes exemplos de jornalismo investigativo também. Eliane Brum e Elvira Lobato são duas jornalistas que dedicam a vida à grandes matérias investigativas. Ambas levam anos para escrever suas reportagens, que trazem uma profundidade incrível sobre os assuntos tratados. 

3- Tamanho das matérias:

O jornalismo diário é feito para ser consumido em pouco tempo. Enquanto a pessoa se desloca para o trabalho, faz uma pausa para o lanche ou mesmo enquanto toma seu café da manhã. Por este motivo as matérias não devem ser grandes. O método da pirâmide invertida deve ser aplicado. As principais informações vão nos primeiros dois parágrafos enquanto as menos relevantes fecham o texto. Assim, a pessoa pode se informar em pouco tempo com uma “passada de olho”. 

O jornalismo investigativo apresenta matérias grandes, reportagens extensas, documentários ou livros como resultado. O que demorou muito para ser apurado, apresenta um grande volume de informações. Por isso é comum encontrar séries documentais, livros e grandes reportagens de jornalismo investigativo. Já percebeu que grandes reportagens são exibidas em programas dominicais? Quando as pessoas estão com tempo, descansadas e não na correria dos dias úteis. 

Pensando em todas essas diferenças conseguimos ver como o jornalismo é vasto e apresenta diversidade tanto para quem produz, quanto para quem consome

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *