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Presença de mulheres como fontes e jornalistas na imprensa

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Fernanda Felix

A presença de mulheres como fontes e jornalistas na imprensa tem aumentado nos últimos anos. Não se tratando de um número totalmente considerável, mas já é um bom passo para a inclusão do público feminino.

Assim como em inúmeras profissões, espaços e locais, as mulheres enfrentam algumas resistência para ter espaço no mercado de trabalho entre os jornalistas.

A Revista ALTERJOR (2011) aponta que durante muito tempo, o mercado de trabalho jornalístico foi um local exclusivamente masculino. Segundo um relato de José Hamilton Ribeiro, em meados da década de 1930, no Brasil:

As empresas jornalísticas eram pensadas e construídas como ambiente de sauna brega: só para homem. Nem havia banheiro feminino. No Estadão, à noite, quando fervia o trabalho jornalístico, as mulheres não eram aceitas nem na mesa telefônica. Havia mulheres como telefonistas, mas só durante o dia. À noite, um homem é que operava. Mulher podia ser telefonista, faxineira ou servia para fazer o café: circulava na área de serviço (RIBEIRO 1998: 31)

Para as mulheres aos poucos a situação mudou. Em 1986, as mulheres já ocupavam 36% dos quadros profissionais do país e, dez anos mais tarde, esse número chegava a pouco mais de 40% (ROCHA, 2005). Em 2006, segundo dados do Ministério do Trabalho, 52% das vagas de jornalista eram ocupadas por mulheres (contabilizando 6.131 funções jornalísticas ante as 5.640 ocupadas por homens), mostrando uma tendência de uma maioria feminina no mercado de trabalho jornalístico (DISPONÍVEL em: <https://www.revistas.usp.br>)

Além de praticar a profissão, o uso da mulher como fonte de informação para notícias e reportagem foi algo a ser conquistado ao longo dos anos.

Presença de mulheres como fontes de informação

De acordo com o site Portal Imprensa, o relatório Global Media Monitoring Project (GMMP), revelou que o público feminino representa 25% das pessoas retratadas na notícia.

O Global Media Monitoring Project é o maior estudo sobre gênero na mídia mundial. Uma forma de analisar a presença de mulheres nos conteúdos produzidos pelo meio jornalístico/imprensa.

É único no envolvimento de participantes que vão desde organizações comunitárias de base a estudantes universitários e pesquisadores a profissionais de mídia, os quais participam voluntariamente.

As informações a seguir são os dados apresentados no relatório que compõem um quadro do Brasil em 29 de setembro de 2020, data em que os media brasileiros foram monitorados e que as notícias foram recolhidas conforme as instruções da metodologia do GMMP.

Mulheres como fontes e jornalistas durante a pandemia

Os resultados do monitoramento mostram que as mulheres foram mais presentes nas notícias relacionadas aos tópicos “Política e Governo”, “Economia” e “Social e Legal” entre as notícias publicadas nos impressos, rádios e televisões. Já entre os portais de internet e perfis de Twitter monitorados, as mulheres estiveram mais presentes nas notícias ligadas aos tópicos “Política e Governo”, “Crime e Violência” e “Social e Legal”. (DISPONÍVEL em <https://www.uespi.br/site>)

Durante o ano de 2020, no forte processo de pandemia, com as atenções voltadas para o combate ao coronavírus, as mulheres foram apenas 27% dos especialistas em saúde ouvidos pelos veículos de comunicação.

Logo, conforme o Portal Imprensa. Em relação às porta-vozes no geral, o GMMP comunica o aumento no número de mulheres ouvidas, passando de 19% para 24%.

O estudo também destaca a ausência de mulheres mais velhas nas notícias, com apenas 3% das mulheres retratadas entre 65 e 79 anos, em comparação com 15% dos homens.

Já o percentual de mulheres no meio da comunicação, precisamente como repórteres, teve o aumento de 3% comparando com o último relatório, de 2015.

Concluindo-se que a cada 10 matérias divulgadas pelos veículos de comunicação, 4 tiveram o relato por mulheres.

Presença do Brasil no relatório de mulheres

Segundo o relatório, o desequilíbrio é grande no País quando falamos de fontes ouvidas pelos jornalistas. São 73% homens e apenas 27% mulheres.

Se tratando de profissionais da comunicação, repórteres, representam 50% do público feminino e as apresentadoras representam 46% em todo o País.

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